segunda-feira, 5 de maio de 2008

FERNANDO FARINHA "o miúdo da Bica"


Fernando Farinha ou "O Miúdo da Bica", esta figura tão típica da cidade de Lisboa e da sua memória nasceu, afinal, no Barreiro, em 1928. O seu pai, barbeiro de profissão, decide tentar a sorte na capital e, com 8 anos, o pequeno Fernando vem viver para o bairro do Bica. No ano seguinte canta pela primeira vez em público, num concurso entre bairros. Triunfante, logo nessa altura lhe aplicaram a alcunha pela qual ainda hoje é conhecido: o "Miúdo da Bica". Com 11 anos, por morte o pai, a vida de Fernando Farinha mudou então, de forma abrupta. Torna-se profissional do fado, ainda com tenra idade, razão porque terá sido necessário uma licença especial, conseguida na altura, junto do inspector-geral dos espectáculos. Apoiado pelo conhecido empresário José Miguel, vai ganhar 50 escudos por noite no Café Mondego. Pela mão de Fernando Santos, jornalista e autor, entra ainda criança no Teatro de Revista (Boa Vai Ela), na qual se estreia, igualmente, Laura Alves. Aufere 100 escudos por noite. Assim ampara a família. O percurso das casas de fados será o seu destino nos anos que se seguem: Retiro da Severa, Solar da Alegria, Café Latino. Com 23 anos vai pela primeira vez ao Brasil. Aí estará durante quatro meses, actuando nas rádios Tupi e Record, de São Paulo. Ao longo de toda a década de cinquenta internacionalizará, progressivamente, a sua carreira junto das prósperas comunidades portuguesas, sobretudo do Brasil. Os espectáculos em locais tão diferentes como a Bélgica, a Alemanha, Argentina ou Angola, foram apenas mais algumas das suas apresentações internacionais. Em 1957 é nomeado "A Voz mais portuguesa de Portugal", pela Rádio Peninsular. Presente na televisão desde os seus alvores, Fernando Farinha participa no programa Melodias de Sempre. A década de sessenta é o culminar da sua popularidade altura em comemora os vinte e cinco anos de carreira. Segundo classificado em 1961, triunfa em 1962 como Rei da Rádio. No ano seguinte vence o primeiro galardão "Disco de Ouro", à frente de Calvário e de Tudela. Em 1963 ganha o Óscar da Casa da Imprensa para melhor fadista. Participou nos filmes O Miúdo da Bica e Última Pega. Continuou a sua carreira nas décadas seguintes, actuando sobretudo para as comunidades de emigrantes. Uma das suas facetas menos conhecidas é a sua capacidade como letrista e poeta popular. Em 1983, ganhou destaque a digressão que fez aos Estados Unidos, Canadá e Venezuela. Fernando Farinha comemorou os seus cinquenta anos de carreira, pouco antes de falecer, em 1988


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